quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Vitória ou Fracasso ??

Acordei outro dia bem de madrugada e fui ao banheiro “tirar água do joelho”. Na volta passei pela sala, olhos vermelhos de sono, peguei o controle remoto e liguei a TV quase por instinto. Estava rodando o primeiro filme de Rocky o Lutador, produzido em 1976, com Silvester Stallone, ainda muito jovem e bem diferente de como está hoje, no alto do seus 61 anos.



Quando eu era moleque assisti todos os filmes do “pata do sul” como seu treinador o chamava. O fato é que Balboa me irritava muito, pois durante o filme inteiro ele levava porrada e bordoada a torto e a direito, apanhava feito jumento de cachaceiro e mala velha e só no final é que ele conseguia vencer, depois de estar todo deformado de tanto murro no “zói”.

Mesmo assim gostei de rever uma outra cena que com certeza está na consciência coletiva de todos os cinéfilos, onde Rocky Balboa corre pelas praças num surrado moleton, acompanhado de uma multidão miscigenada que alegremente o aclama antecipadamente como vencedor, ao som de uma musica muito legal e incentivadora.

Recentemente assisti o ultimo filme da série. E somente então pude entender um pouco da mensagem que aqueles filmes queriam passar.

Numa cena do ultimo filme, Rocky explica ao filho, já homem, que contra a vida o importante não é quanto você aguenta bater e sim quanto você aguenta levar e ainda ficar de pé.



Não sei qual foi a sua cota de porradas até aqui, mas digo que o calor do fogo é que faz a cozinheira pegar as panelas quentes tão naturalmente e sem se queimar. É o calor do fogo que purifica o ouro.

Esse calor que enfrentamos na vida, é o mesmo que nos fortalece passo a passo. Em uma vida sem lutas, não haveria o gosto de ultrapassar os limites conhecidos ou o gosto da vitória.

Que venham os desafios !!!! (mas golpe baixo eu não aceito) rsrs

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Omelete de Jiló.

Eu havia saído de um culto jovem num sábado à tarde.
Devido às atividades do dia, o meu estômago avisava, através de barulhos misteriosos, que estava faltando alguma coisa sólida por lá.



Fui para a casa de um amigo para conversarmos um pouco mais. Enquanto dialogávamos, ele começou a cortar animadamente alguns jilós (isso mesmo, aquele legume amargo que metade da Via Láctea detesta).

Fez também um molho com cebola, tomate e temperos numa frigideira e jogou as “rodelas” do amargoso lá dentro. Começou a mexer de forma cadenciada e constante com uma colher de pau para que não queimasse. Enquanto isso, outra panela de arroz borbulhava e fumegava vizinha àquela jaroba disforme.

Apesar da fome, fiquei pensando comigo mesmo que jamais colocaria aquela gororoba esverdeada em minha boca.

O papo seguiu e logo em seguida ele foi até a geladeira e pegou uns cinco ou seis ovos e “pocou” sobre na frigideira, formando um mexidão do jiló, já dourado, com ovos fritos. A coisa tava ficando dramática; o gran finale começava a se aproximar.

Como eu gosto de ovos fritos comecei a considerar a remota possibilidade de apenas provar daquela coisa que, misturada com o arroz branquinho e solto, formou um prato no mínimo muito exótico.

Meu amigo então pegou dois pratos no armário e serviu duas porções da sua obra prima de culinária; em seguida me entregou o prato, que prontamente recusei.

Aí é que vem a moral da história: se eu nunca havia comido jiló, POR QUE NÃO COMER?

É isso que acontece com a maioria das pessoas. Colocam alguma idéia na cabeça, não se sabe porquê, e a partir dali se recusam a pensar de forma diferente, mesmo que passem décadas.

Resolvi experimentar o mexidão de jiló. Não sei se foi a fome ou sei lá o quê, mas acabei comendo tudo e repetindo.

Gostei tanto que noutro dia resolvi fazer eu mesmo em minha casa. E com a ajuda da minha digníssima esposa, acabou ficando muito legal.

Eu havia quebrado um paradigma inútil colocado em minha mente desde a infância. A partir daí comecei a mudar alguns comportamentos desnecessários e sem proveito e aprendi a viver mais plenamente.

Experimente você também algumas "omeletes de jiló" e descubra que pode não ser tão ruim quanto você pensa; passe a quebrar maus hábitos ou posturas tolas que não te levam a lugar nenhum, e substitua por hábitos saudáveis e de melhor aproveitamento.

Ler, por exemplo, é um bom começo.
A Bíblia é uma boa sugestão. Gosto muito de Eclesiastes.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Saco de penas ao vento.

Outro dia eu estava conversando com um amigo e ele me contou ter sido vítima de uma grande calúnia; daquelas que a gente não acredita nem por decreto. Não convém contar os detalhes sórdidos da história, pois parece coisa de novela mexicana.

Mas para ele o que mais doía não era a calúnia em si, e sim o fato de uma pessoa muito especial pra ele ter acreditado, sem questionar, numa estória tão fantasiosa e ofensiva. Era um saco cheio de penas que jamais deveriam ter sido jogadas ao vento, pois não dá pra recolher depois.



É incrível como as palavras têm poder. Se forem de incentivo, podem tirar alguém até mesmo de uma depressão; ao passo que uma palavra maldosa, pode mandar a vida de alguem fazer companhia ao Titanic, bem no fundo do atlântico. E foi assim que meu amigo se sentiu.

Já diz a Bíblia que a língua é comparada ao pequeno leme que guia uma grande embarcação.

E como ela tem o poder de mudar destinos, é bom pensar bem antes de emitir opiniões que não tenham real fundamento ou que se baseiam apenas numa conjectura egocêntrica dos fatos. Sem contar que calúnia e difamação podem dar até cadeia.

Tenho certeza que o motivo da calúnia contra o meu amigo, foi motivada por puro egoísmo ou por um tolo ciúme infantil.

Tem gente que pra subir, precisa colocar o outro prá baixo. Pra subir no conceito do patrão, dá rasteira no colega; pra ter moral com um amigo, detona o outro.

Enfim, o que tem de “penas” espalhadas nesse mundo...

Depois dessa história cascuda que ouvi, passei a medir bem o que falo a respeito das pessoas, seja lá de quem for. E se sua orelha estiver esquentando aí, pegue logo essa carapuça e vista-se confortavelmente.

Ah! E já que não tem mais jeito de recolher as penas espalhadas, pelo menos não espalhe mais. O planeta agradece.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Herói de carne e osso

Quase todos os dias, ao meio-dia, eu costumava assistir ao desenho Liga da Justiça com minhas filhas. Sempre gostei de desenhos animados e até hoje os aprecio como passatempo. Quem não gostaria de poder parar uma bala no peito, ou correr a velocidades incríveis, ou ainda voar, saltar, visão além do alcance, etc. etc.




Como seria bom ter aqueles super-poderes agora aos 40 anos e poder proteger a minha família de qualquer coisa. Garanto que muitos pais e mães que moram em lugares perigosos e violentos pensam nisso sempre.

É angustiante sair de casa sem a certeza de retorno. E o pior é que nada pode garantir isso. Nem a mais poderosa prece, pois o Altíssimo tem sempre planos muito superiores aos nossos. E vida e morte, infelizmente, não estão sob nosso controle.

Quando eu era mais jovem sentia aquela conhecida sensação de invulnerabilidade, típica dos heróis da ficção. Pensava que nada me aconteceria, por mais riscos que eu corresse. Uma sensação de que todos poderiam morrer... exceto eu. Quando você está na juventure a última coisa a se pensar é em tragédia ou coisas do gênero.

Acontece que quando o tempo passa, você se casa e tem filhos, tudo muda. É necessário ter mais atenção com sua vida, pois dela passam a depender outras “vidinhas” preciosas. De suas atitudes, podem vir coisas boas ou ruins para seus dependentes do Imposto de Renda.

Ainda mantenho o hábito de olhar para os dois lados da rua antes de atravessar. Pode parecer infantil, mas quando faço isso, penso nas pessoas que ainda dependem de mim para se desenvolverem e chegarem à idade adulta.

Já faz algum tempo que não participo de esportes radicais ou atividades perigosas, pois penso seriamente antes de colocar a minha vida ou saúde em risco sem um motivo que o justifique. Basta um voley ou uma pelada entre os amigos, onde não há rivalidade excessiva. Só diversão mesmo.

Há alguns anos atrás costumava-se dizer à alguém que saia à noite: Vá pela sombra !!!! Parece redundância, pois a lua não emite raios UVA e UVB, mas mesmo à noite a coisa pode “esquentar” muito, principalmente nas programações noturnas atuais. Eu sempre entendi isso como tomar cuidado mesmo nas coisas mais simples.

Já me conformei com o fato de que não vou ser chamado para atuar na Torre da Liga, pois não tenho a velocidade do Flash, o poderoso anel do Lanterna Verde e muito menos a força descomunal do Superman. Mas mesmo sem poderes especiais vou seguindo semelhante ao Batman. Uso a inteligência e a saúde que Deus me deu para superar as crises e obstáculos reais.

Vou ter de parar por aqui, pois minha filha ta chorando lá no quarto porque entrou um pequeno espinho no pezinho dela. Lá se vai o verdadeiro super-herói em mais uma perigosa e arriscada missão. A recompensa é sempre a melhor parte. Haja testa pra tanto beijo.....rsrs

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Semáforo quebrado.

O único semáforo da minha cidade estava quebrado. E já fazia algum tempo. É estranha a sensação de não ter nada orientando, ordenando ou indicando o que fazer na hora de transpor um cruzamento tão movimentado.



É cômodo depender de alguma coisa para agir corretamente. No caso do sinal quebrado, os motoristas se aproveitavamm para agir de maneira descuidada, imprudente e até grosseira. Ceder a preferência tem sido muito difícil nesse novo século. Afinal, todos estão morrendo de pressa pra fazer alguma coisa “muito importante” do seu ponto de vista. Além do mais, cortesia caiu de moda e se tornou coisa de gente boba e ingênua na atualidade.

O ser humano é sempre assim, precisa de governo, de mecanismos de repressão, de câmeras nas lojas (que o diga aquele rabino larápio de gravatas caras),etc para se comportar. Pelo grau de inteligência que dispomos, é uma incrível incoerência ainda existirem quebra-molas, avisos de limite de velocidade, multas, campanhas de trânsito, etc.

Graças a Deus, hoje sou autônomo. Mas me lembro muito bem como foi a sensação de frio no estômago quando saquei minha última parcela do seguro desemprego, referente à uma empresa em que trabalhei no estado do Espírito Santo. Quando passei pela porta giratória da Caixa Econômica Federal e cheguei na calçada, olhei para o céu e me perguntei: “E agora ? Será que vou conseguir ganhar sozinho o dinheiro para pagar as despesas ?”

Depois de anos trabalhando como empregado é comum sentirmos isso. Bater cartão, assinar livro de ponto, folha de pagamento ou receber ordens repetidamente faz qualquer um perder a confiança em si próprio. Faz a gente deixar de acreditar no potencial que temos e confiamos apenas numa fonte externa para agir. Como simples operários, a capacidade de decisão fica quase nula.

O semáforo quebrado me fez lembrar que podemos tomar decisões acertadas e ter boas atitudes, mesmo que ninguém esteja pagando nosso salário ou nos observando. A prática me ensinou que com o tempo e a prática, adquirimos mais confiança em nosso senso de direção, mesmo que o verde, o amarelo e vermelho não estejam em cores brilhantes à frente do nosso "para-brisa" moral.

Acho que tomei o rumo certo nessa longa estrada da vida. E hoje, quando passo pela mesma porta giratória da C.E.F. fico feliz em saber que já consigo, mesmo com esforço, depositar alguns trocados em seus cofres. O dito popular afirma: “Toda fortuna, um dia já foi trocado”.