quarta-feira, 11 de março de 2009

Pega ladrão !

Eram quase nove horas da noite de uma quarta-feira.

Eu havia saído do restaurante, estava dentro do carro estacionado em frente ao calçadão e esperando que meu amigo Robinho preparasse um lanche para eu levar para casa.

De repente me viro para a esquerda, em direção a 1ª Igreja Batista, e vejo um homem correndo em disparada, perseguido por outros dois que gritavam repetidamente: “Pega ladrão, pega ladrão !!!”.




Enquanto o meliante passava correndo pela avenida principal, as pessoas não faziam nada para impedir sua fuga; simplesmente saíam do caminho e o deixavam passar, apesar dos brados enrouquecidos e ofegantes de seus perseguidores a poucos metros atrás.

Liguei o motor do carro e resolvi acompanhar o desenrolar daquela cena... de camarote. Para minha surpresa, ao virar duas esquinas à frente, já não havia mais correria. O ladrão havia conseguido fugir.

Mas, porque as pessoas não o impediram? Bastava um esbarrãozinho para desequilibrá-lo e o teriam pego.

A resposta é óbvia. O medo de ficar marcado por um bandidozinho de quinta categoria. Afinal, quem quer virar alvo de perseguição de foras-da-lei? A polícia não consegue manter preso por muito tempo esse tipo de gente e logo estão de volta às ruas perturbando gente honesta.

A corrupção está crescendo tanto no gênero humano que fico a pensar no dilúvio que varreu a terra há muitos milênios e destruiu praticamente tudo que existia, exceto os tripulantes e “passageiros” da Arca de Noé.

A Bíblia diz que a maldade dos homens era tão grande naquele tempo, “...que todos os pensamentos do seu coração eram só maus continuamente...” E Deus decidiu destruir a tudo o que havia criado.

Infelizmente, ao pegar a bíblia e analisar o perfil dos homens daquela época, logo percebemos, com tristeza e vergonha, que nossa sociedade também já devia ter descido pelo ralo há tempos.

O que fazer? Como agir? Como se proteger? Que atitude tomar?
São perguntas aparentemente sem respostas nesse mundo incerto. No tempo de Noé, a Arca foi a única alternativa de escape. E hoje ??

Voltando ao caso do ladrão, cheguei à conclusão que eu também seria um covarde e não arriscaria minha tranqüilidade por tão pouco. Os antigos já diziam: “antes ser um covarde vivo, do que um valente morto’.

Mas eu continuo achando que se a mídia parasse de dar publicidade gratuita para marginais e o governo investisse pesado na vigilância de aeroportos e fronteiras para coibir a entrada de drogas no pais, o cidadão de bem não ficaria amedrontado e mais gente se arriscaria na defesa dos ideais da justiça e igualdade previstos em lei.

Até o próprio marginal, se não ficasse vendo notícias de seus comparsas pelos meios de comunicação, se intimidaria mais e passaria à ter a sensação de estar agindo sozinho.

Essa fórmula é usada nos paises desenvolvidos e tem dado certo, mas por aqui, com certeza isso ainda vai demorar muito e, infelizmente, temos que forçosamente continua convivendo com esse quadro de violência que extrapola os limites aceitáveis.

Quem sabe um dilúvio de “fogo” não seria a melhor receita para extirpar todo o mal que assola a humanidade contemporânea.

E o que seria a arca de Noé moderna? Já parou pra pensar ???
Mas essa é uma outra história para um outro dia...

terça-feira, 3 de março de 2009

Vacas magras.

No Pentateuco (os cinco primeiros livros bíblicos), escritos por Moisés muito antes do nascimento de Jesus Cristo, no livro chamado Gênesis, é descrita a saga de José. O mesmo é filho de Jacó, neto de Isaque e bisneto de Abraão, e devido à sua permanência na terra da Esfinge, hoje é mais conhecido como José do Egito.



A narrativa é muito emocionante, pois fala de José sendo vendido, ainda muito jovem, por seus irmãos, como escravo, a uma caravana que passava; isso após ter pernoitado numa cisterna sem água; e apesar de toda a adversidade naquela terra estrangeira, a história bíblica mostra nosso herói da fé se tornando um poderoso governante egípcio.

Um ou dois degraus antes de chegar ao topo da escada da fama e do poder, ele interpretou o sonho do Faraó, sobre sete vacas gordas e sete vacas magras e também sobre sete espigas gordas e sete espigas magras. Ao decifrar o sonho ele descreveu, com exatidão, o panorama dos fatos que se desenrolariam na terra das famosas e enigmáticas pirâmides.

Segundo a interpretação de José, se seguiriam sete anos de muita fartura (as vacas gordas) e sete anos de muita seca e fome (as conhecidas vacas magras do dito popular).

Como evitar uma crise inevitável? MUITO SIMPLES.
Se preparando, com a melhor estratégia possível, para amenizar os seus efeitos.

E foi o que o nosso herói José fez. Sugeriu ao Faraó que durante o período de fartura e abundância, fosse guardada a quinta parte (20%) de todas as colheitas. E assim se fez. Faraó achou a idéia tão boa que colocou José como governante geral do Egito, devendo submissão apenas a ele.

Foi sucesso total. Enquanto as nações vizinhas torravam tudo durante a fartura, o Egito lotava seus depósitos gradativamente. O resultado foi óbvio:
Fome pra todo lado e o Egito se dando bem em cima da crise (crise=oportunidade ou momento em chinês).

Peguei então a calculadora e comecei a matemática para tentar aplicar as idéias de José do Egito para os dias atuais. Será que dá certo economizar e guardar a quinta parte de tudo o que ganho? Pois bem! Vamos aos cálculos.

Pense em quanto você ganha. Digamos que seja R$ 500,00 por mês. Vinte por cento disso será 100,00. Isso quer dizer que se você guardar essa quantia durante o período que você estiver trabalhando ativamente, digamos dos 15 aos 65 anos (50 anos produtivos), você terá 20% (vinte por cento) de 50 anos guardados debaixo do seu colchão, ou seja 10 anos de aposentadoria tranqüila.

Agora, imagine se você investir esse dinheiro num fundo de pensão, público ou privado, rendendo juros e correção monetária? Com certeza, os anos de tranqüilidade excederão 15 ou 20 anos após os 65 anos, que é quando, em média, o sujeito perde a vontade de pegar no batente e passar a querer coçar as partes mais delicadas de sua anatomia com mais frequência.

Pense assim:
Sua juventude são as vacas gordas, sua velhice são as vacas magras.

Usando esse princípio, que deu certo num Egito à beira da calamidade pública, vai dar pra você se divertir bastante com os 80% e ainda guardar a quinta parte (20%) do que ganha, para quando você não querer ou não aguentar mais dar um prego numa barra de sabão.

Ah! Na hora de torrar os 80% se lembre de me chamar pra almoçar ou jantar em sua casa. Capriche no cardápio.

Obs: Vale uma pizza ou filé Aconchegos, caneloni do Lamercam, picanha na chapa do Lá em casa, filé a cavalo ou robalo do Guanabara, churrasco a rodízio do Boi na Brasa, etc etc etc.